"Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, não querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis."

domingo, 27 de dezembro de 2009

SOMOS FIÉIS A NÓS MESMOS?

Somos na vida o que queremos ser ou o que a sociedade x cultura nos cobra?
Falar de lealdade no mundo atual se torna não só fora do contexto como quase obsoleto. Quero dizer, a lealdade com nós mesmos, lealdade com aquela vozinha que vem de dentro nos direcionando pra tudo que manda nosso coração.
Hoje em dia não conta mais o que sentimos interiormente, mas sim o que querem que sintamos. O que devemos moralmente pensar, o que é correto pensarmos e de que forma devemos agir para que nos enquadremos na forma tradicional e às vezes irracional de ser.
Mas o pior disso tudo, não é que nos enquadramos nessa forma torpe de ser, mas sim o porquê nos enquadramos nisso.
A forma com que fomos criados, toda nossa educação herdada de nossos pais, a sociedade em que vivemos e nossa cultura formam o nosso caráter e fazem com que tomemos decisões ao longo da vida. Mas até que ponto toda essa nossa herança interfere nos nossos atos e decisões do dia a dia? Ou melhor... até que ponto somos conduzidos por essa herança? Onde fica o momento onde sabemos o que é corretamente ser dito/ realizado, porém não o fazemos, mesmo cientes que aquilo vai contra os nossos princípios? Que momento é esse?
Isso nos leva ao pensamento de que... quando passamos por circunstâncias em que nossas opiniões são testadas, somos levados pela razão de toda nossa existência e criação ou pela emoção de nos mostrarmos melhor entendidos ou ainda nos fazermos de melhor entendidos?
Muitos questionamentos me vêm à cabeça quando o assunto é sermos totalmente fiéis às nossas mais profundas verdades. Até onde não nos vendemos a verdades alheias, apenas para sairmos mais bem vistos de certos assuntos?!
O ser humano é fiel ao seu instinto ou às vezes mente pra ele mesmo tentando se redimir no futuro?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

SOMOS ÍNTIMOS?

Até onde falar ou expor tudo que vem do coração? As pessoas entendem errado ou julgam precipitadamente sem entender que primeiro de tudo, somos diferentes?!
Quando nos tornamos mais íntimos das pessoas ou pensamos que nos tornamos, criamos uma ligação forte onde achamos que o nosso coração pode ser compartilhado sem rodeios, onde podemos derramar nossas mágoas, nossas dúvidas, incertezas e sentimentos e queremos ser entendidos, no sentido mais amplo da palavra, porque afinal, somos íntimos!! Íntimos onde temos toda a compreensão do mundo e partilhamos reciprocamente dos desejos mais profundos e intocáveis de nosso coração. Íntimos de uma forma de não saber viver sem, de sentir falta em poucos instantes da presença, íntimos de doer só de pensar, enfim... íntimos no íntimo!
Pois bem, depois de definirmos essa intimidade, sentimos que todo o mundo vive ali ou que todo o sentimento vive ali. Então podemos nos abrir esperando no mínimo sermos entendidos e na maioria das vezes compreendidos. Mas quando isso não acontece... o que fazer? Como discernir todo esse pós sentimento e fazer com que nosso chão ainda esteja lá? De repente abre-se um buraco onde não conseguimos enxergar o fundo e muito menos o seu outro lado, ficamos á beira de um ataque de existencialismo achando que a nossa outra metade (a do nosso ouvinte) não está mais na nossa conexão ou nos perdemos em alguma passagem da vida.
Isso tudo nos faz refletir se somos tão íntimos assim ou gostaríamos que fosse. Se a parcela de intimidade parte só do nosso lado ou talvez se somos uma parcela de oitenta contra vinte por cento. Ficamos a mercê de nós mesmo, esperando ainda fielmente um retorno que sabemos que se perdeu e que não chegará.
Somos prisioneiros do nosso julgamento ou do julgamento alheio... até onde conseguimos separar essa comparação?
Até onde podemos confiar nessa linha tênue que nos liga, colocando o nosso maior tesouro em jogo?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Amizade

Nossa presença é solicitada pelo que nós somos ou pelo que podemos representar para tal momento?

Ás vezes coloco em dúvida uma amizade pelo simples fato de em determinados momentos ela se esconder atrás de coisas da vida. Para tentar ser mais clara, questiono se o mundo é feito de grandes amizades ou de interesses relevantes em determinadas áreas. Não questiono somente, contesto!

Uma amizade verdadeira se baseia em interesses comuns e identificação de sentimentos, se baseia em dar e receber e se fazer necessário naturalmente, não que seja uma regra se fazer necessário, mas digamos que seja uma ramificação vital.

Olhamos para os amigos como à família que nos foi permitido escolher (como dizia o grande Shakespeare) e isso é o nosso maior presente. Então como conseguimos colocar essa preciosidade em segundo plano?

É óbvio que não podemos generalizar os atos alheios e muito menos rotular de tudo certo ou errado, porém o substantivo amizade não é prolixo e não nos causa incredulidade, ele por si só se define e não nos cabem adendos.

Talvez a única explicação plausível seja que uns tenham amigos de verdade e acreditem nesse sentimento e outros aceitam de bom grado as pessoas que passam nas suas vidas e que por circunstâncias... permanecem.

Saibamos então, dar o verdadeiro valor a que nos cabe de fato.