"Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, não querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Silêncio

Oi pessoas queridas!! Estava olhando meus textinhos e me deparei com este, que coincidentemente se encaixa "de novo" no meu momento atual.


Odeio seu silencio... Odeio pensar que nada existe.

Preciso sentir, palpar, pensar que há pelo menos um pensamento a respeito. Pelo menos um vazio que diz muito apenas por existir.
Seu silêncio me faz ficar pior do que meu estado gradativamente degradante; ele não só sufoca como me traz a impressão do sentir vir apenas e ser apenas de um lado. Me faz sentir sim... Mas tudo que eu não gostaria. Me leva para o mais fundo dos mundos com a sensação que nada nem ninguém conseguirá me trazer a superfície.

Faço minha as palavras do Pessoa, quando escreveu "o quase me incomoda, me entristece trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi"... Só altero o quase para o nada... "O nada me incomoda, me entristece, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi". Me incomoda ao ponto de me sentir uma estúpida pelo fato de sentir, sozinha. Me entristece, pois com nós, não poderia ser assim; e o pior.... Traz tudo o que poderíamos ter sentido, dito, analisado e concluído, porém e infelizmente não o fizemos.
A frase mais sábia e correta pra esse momento. Feliz de ter Pessoa em minha vida.

O seu silêncio me maltrata mais do que a pior resposta que eu poderia ter. Me faz sentir que o nada e o que eu penso a respeito, são praticamente a mesma coisa.
Me faz sentir vulnerável a ponto de pensar, será que estou enlouquecendo? Será que todo esse meu mau sentimento é fruto apenas do meu ponto de vista e estou fazendo tempestade em copo d’água?
Me questiono nos primeiros instantes, mas retomo quase que instantaneamente a minha consciência e escuto a voz do meu coração, sangrando com cada minuto do seu imenso silêncio e do meu grandioso vazio sem resposta.

Com certeza a pior das respostas.... É o seu silêncio.

“O mais corrosivo de todos os ácidos é o silêncio.”

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Decepção

Beemm triste esse dia, mas agora passou e estou muito bem!! Realmente, nada como um dia após o outro. Mais um dos desabafos...


Você já se decepcionou com alguém? Alguém que jamais poderia ter feito aquilo?
Pois é... Sensação de impotência essa né.
Sensação de vazio, misturado com tristeza, ira, lamentação e uma imensa vontade de que não poderia ter acontecido.

Uma decepção instantaneamente traz a tona, como um filme da trajetória toda, de que será que foi sempre assim e não percebemos ou será que das próximas vezes será assim também?
Questiono-me se a decepção é criada através do que esperamos de outras pessoas ou do que elas têm a nos oferecer. Se nossa expectativa é fruto do nosso querer ou da condição com que ela nos coloca em seu mundo.
Pois decepção nada mais é que esperarmos que algo aconteça da forma que achamos ser correta. E ela é correta de que forma?
Podemos nos decepcionar, pois entendemos assim, ou não podemos pelo simples fato de pensarmos, sermos e sentirmos de jeitos diferentes?

A palavra decepção além de vários outros sentimentos ruins que a acompanha, traz diversas dúvidas e parece que nos faz querer uma explicação, algo maior.

A decepção passa ou só é esquecida, ou ainda fica adormecida esperando talvez um momento oportuno?

Talvez ela passe ou fique adormecida, mas não esquecida. Nosso coração não esquece de uma dor de decepção. Não que ele guarde mágoas, mas ficam cicatrizes, que por mais que elas não sangrem e não doam mais, serão sempre marcas expostas na alma e que em algum momento será notada pelo simples fato de existir.

Somos seres imperfeitos e em busca de uma evolução maior, para que futuramente não causemos tantas decepções.
Então que tal reconhecermos nossos erros e fazermos com que as cicatrizes causadas por nós, sejam vistas como uma lição duramente aprendida, mas aprendida; e ainda mais reconhecida pela dura prova vencida.
Vamos tentar decepcionar menos, e caso isso seja impossível, vamos ser humildes e fazer com que a decepção causada seja revertida ou vista como crescimento e evolução espiritual.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tristeza Imensa

Que mundo é esse que vivemos?

A dor nos faz chegar ao ponto de não sentirmos mais. De sentirmos apenas um vazio gigante, um medo imenso ou uma sensação de impotência, de como somos nada perto da imensidão de nosso mundo.

A violência de hoje tão jogada em nossas caras, gritando “domino todos os sentidos e estou aqui ó”, é tão forte, que nos faz sentir tão pequenos, a mercê de pensamentos medíocres e sem sentido.

O fato do massacre na escola de Realengo no RJ, só nos traz ainda mais a realidade, mostrando o quão pequeno é o ser humano perto da caminhada a evolução espiritual.

O que passa na cabeça daquele, “que adjetivo usar para uma pessoa sem alma, sem escrúpulos, sem o mínimo de noção e amor ao próximo? Amor ao próximo? Foi isso que mencionei tentando falar daquele assassino? Infelizmente essas belas palavras não cabem aqui nem para dizer que ele está muito longe de não ter amor ao próximo.” E questionar o que passa em sua cabeça não me levará a lugar algum, de tão torpe e baixo esse ser, não gosto nem de pensar. Apenas penso que não cabem adendos além dos quais já estamos acompanhando.

A dor de ver os familiares das vítimas dilacera e traz um sentimento tão ruim e tão sofrido que parece que nada nem ninguém conseguirá fazer esse sentimento desaparecer. E isso é a dor de quem vê de longe. E a dos próprios familiares e amigos? Como amenizar? Como fazer com que ela não seja mais sentida, alguém consegue imaginar se um dia ela irá embora? Digo de coração partido... Eu não.

Nessa hora queremos entender ou colocar a culpa em alguém para tentar minimizar a dor ou ainda não nos sentirmos tão mal perante a tragédia. Assistimos milhares de vezes, em vários canais e telejornais a mesma notícia, contada em diversas vertentes e esmiuçada por todos para tentar sanar a dor ou entender que não deve ter sido tão surreal assim. Mas infelizmente foi.

E aí fica a pergunta: de quem é a culpa? De quem é a culpa de um doente mental fazer um massacre desses? Do governo? Da educação? Dos cidadãos, por não elegerem aos cargos políticos, pessoas realmente preocupadas com o próximo? Ou será que temos opções dignas de escolha?

Dúvidas, pensamentos, desesperos, reflexões, dores; dúvidas... Aonde chegaremos??

Por hoje... A dor de tão recente e latente não traz mais palavras. Esperamos apenas um novo nascer do sol...

"Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente.”