"Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, não querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nosso amor...

Como fazemos para acostumar com o tamanho da ausência que alguém nos causa? Como fazemos para curar aquela dorzinha que ao mesmo tempo dilacera e nos faz sentir um amor ímpar que se pudéssemos escolher, morreríamos com ela?
Esperamos um sinal, seja um telefonema, um sms, um scrap no orkut ou qualquer outro que possamos identificar, ou ainda, algum sinal... que com nosso gigantesco senso de interpretação, consigamos enxergar a mensagem nas entrelinhas.

Nosso coração espera a cada segundo, ansiosamente, ser correspondido. A falta o deixa cada vez mais distante do seu amor, mas ao mesmo tempo alimenta, deixando que as esperanças comecem a fazer o seu árduo trabalho e ponha em prática outros atributos superiores; como a paciência que vem interpretando toda a demora e também o nosso grau de espera e entendimento, que nesse momento aumenta incalculavelmente.
A saudade sufoca ao ponto de querermos largar tudo e pegar o carro ou qualquer outro meio que nos leve até nossa fonte de prazer. Sufoca de uma forma que ficamos sem ar para darmos conta de todo o resto a nossa volta. Digo o resto, porque nessa altura do campeonato, nos vemos como no filme Avatar, sem o nosso amor ou nosso ar, não conseguimos viver naquele mundo.
E pra que viver nesse mundo? Ou melhor... pra que viver sem ar? Alguém consegue??
Pois é, sempre me perguntaram o que é o amor pra mim. E sem querer, acabei de achar a resposta. Ar! De nenhuma forma podemos ficar sem ele, é totalmente mortal.

Vivemos em um mundo em que os seres humanos são totalmente carentes de amor e atenção. Mas infelizmente para não demonstrar tamanha necessidade ou para não precisar demonstrar o seu amor ao próximo, ele se esconde em suas fraquezas, medos e receios. E ao decorrer da vida, começa a confundir a necessidade de ser amado com o que o sentimento de vítima o traz. Tentando ser mais explícita, começa a justificar a falta de amor, por simplesmente falta de sorte ou ainda falta de merecimento, e se coloca na posição "confortável" de vítima.

Precisamos de uma vez por todas, entender que a gentileza gera gentileza, que o respeito gera respeito, que o amor gera amor e não o contrário. Reclamamos aos quatros cantos do mundo que não somos amados, que temos mais problemas que os demais, que a pessoa ao lado não sorri e nem diz bom dia, que infelizmente não temos sorte no amor, que o nosso jardim não é tão florido quanto o do vizinho, enfim, passamos a maior parte da vida reclamando do por que não somos felizes como merecíamos, afinal de contas, pagamos nossos impostos da mesma forma.
Pois é... e a resposta está debaixo dos nossos olhos e sequer conseguimos abrí-los para compreender, não dá tempo; reclamamos antes de isso acontecer.

A resposta está em amarmos para sermos amados, respeitar para nos respeitarmos, entender para sermos compreendidos e olhar ao redor e perceber que existem milhares de pessoas mais necessitadas que nós, que precisam de tanta atenção e carinho quanto nós precisamos.
Vamos entender definitivamente que o amor que tanto precisamos é a consequência do amor que todos precisam. E que isso é um circulo altamente vicioso, que precisamos apenas adentrá-lo com nossa alma e consequentemente colher tudo aquilo que para nós é vital.

Para sermos mais felizes e completos... vamos começar a nos perguntar diariamente... sou amável com as pessoas do mesmo jeito que gostaria que fossem comigo? Dou atenção necessária da mesma forma que a quero pra mim? Sou generoso e solícito como quero que sejam comigo? Sou amigo ao ponto de ouvir o problema do outro, sem comparar ou colocar o meu em primeiro lugar? Faço para o próximo exatamente o que quero receber de volta??
Não que precisamos fazer apenas para receber de volta, mas dessa forma, ganhamos duas vezes. O dar significa inevitavelmente preencher aquele lugarzinho jamais antes habitado do nosso coração, aquele que só é ocupado quando compreendemos que o amor não pode ser só algo de passagem, ele precisa estar presente em todos os momentos da nossa vida.

Que sejamos então seres carentes sim, mas que essa carência nos faça transcender e nos lapide para sermos mais justos e merecedores.

2 comentários:

  1. Querida, adorei teu post e postei um em homenagem ao seu! Adoro sua sensibilidade. Beijos

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  2. Oi amore!! Obrigada pelo coments e pelo post!
    Saiba que fiquei mtoooo feliz com seu post falando do meu. Rsrs... fofa fofa!!
    Bjinhossss!!

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